terça-feira, 28 de julho de 2020

Curso on-line - Osteonecrose dos maxilares: aprenda a tratar.




INSCRIÇÕES: 29/07/2020 A 05/08/2020 - VAGAS LIMITADAS


Curso 100% on-line sobre diagnóstico, prevenção e tratamento da osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos, para alunos e cirurgiões-dentistas que tenham dúvidas no manejo desses pacientes. 

O curso terá enfoque clínico, com AULAS AO VIVO, possibilitando melhor compreensão e esclarecimento das dúvidas:

- 100% on-line

- Enfoque clínico

- Aulas ao vivo (data pré-determinada)

- 6 módulos para abordagem mais completa

- Didática muito fácil

- Discussão de casos clínicos reais

- Com certificado

- Muitas dicas práticas

Para saber mais sobre o que será abordado em cada aula, data e horário das aulas ao vivo, investimento e para se inscrever, clique no Link a seguir:

Curso on-line: SAIBA MAIS E SE INSCREVA



Como as drogas antirreabsortivas funcionam?


 
Você sabe a diferença entre bisfosfonato e denosumabe? Sabe como essas drogas são importantes para o paciente com osteoporose ou metástase óssea? Entende como é o mecanismo de ação dessas drogas e como agem nas células do metabolismo ósseo? 
Preparei esse vídeo para que você compreenda essas questões, com muitos esquemas fáceis de entender. São 5 minutos de vídeo, para não esquecer mais!
Assista e compartilhe!

Bisfosfonatos e Denosumab, qual a diferença?

🧐Sempre que ministro uma palestra sobre esse tema, digo que entender a patogênese da osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos (OMRM) é o primeiro passo para conseguir tratar essa complicação.

 😷Para compreender as alterações do metabolismo ósseo é preciso primeiro entender o próprio metabolismo ósseo! Como funciona? Quais as células e moléculas envolvidas nesse processo? Como ele fica em pacientes com osteoporose ou metástase óssea?

 😷A patogênese da OMRM é multifatorial e entender esse desequilíbrio do metabolismo ósseo é sem dúvida o primeiro passo para compreender as propostas de prevenção e manejo.

 😷Nesse esquema retirado do livro citado, vemos a diferença entre os bisfosfonatos e Denosumab quanto ao mecanismo de ação nos osteoclastos. Perceba como o Denosumab age antes, nas moléculas precursoras, não havendo incorporação ao tecido ósseo, como nos bisfosfonatos.

 😷O que isso tem a ver com a clínica? TUDO! A meia vida desses medicamentos é totalmente diferente! Enquanto o Denosumab é eliminado em seis meses do organismo, os bisfosfonatos podem permanecer por mais de dez anos.

 😷Então fica a dica: para saber tratar o primeiro passo é ENTENDER.😉

  

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Como conhecer os medicamentos que o paciente usa?

 

Anamnese bem feita é o primeiro passo, como sempre!👩🏼💻

  

Muitas medicações exigem cuidados especiais no manejo odontológico e você precisa conhecer seu paciente para cuidar dele. 🩺

  

Pergunte ao paciente sobre todas as medicações em uso. Mas tome cuidado! Pois muitas vezes ele vai lembrar daquelas que utiliza todos os dias e esquecer de algumas que usa com menos frequência.⚠️

  

Por isso é importante você fazer perguntas específicas sobre medicações que são utilizadas uma vez por semana, uma vez por mês ou até anualmente. Pergunte se ele faz alguma outra vitamina ou injeção. Use perguntas simples e fáceis de entender.💉

  

E não esqueça de perguntar sobre medicações já utilizadas no passado, pois algumas ficam no organismo por muitos anos (lembra dos bisfosfonatos?).💊

  

Muitas vezes ele esquece de relatar um problema de saúde e ao falar das medicações que usa é que vai lembrar de alguma questão importante, como discrasias sanguíneas ou cardiopatias, por exemplo. ⚠️

  

Se ele não lembrar, peça que traga por escrito pra você, como no caso desse bilhete que meu paciente trouxe, da primeira foto. 👆

  

Ok, já sei todas as medicações que ele usa. E agora? Como faço para conhecer esses medicamentos? 🤔

  

Há alguns anos, usávamos bulários e manuais impressos, muitas vezes pequenos livros de bolso que eram substituídos anualmente (veja alguns livrinhos meus na foto 2). Quem aí se lembra do DEF? 🙋🏼‍♀️

  

Hoje, você pode procurar pela BULA oficial do medicamento no GOOGLE e em alguns segundos você tem acesso a todas as informações atualizadas desse medicamento.

 Há também aplicativos para isso, como o Medscape, Medicamentos, Guia dos remédios, Epocrates, entre outros.  😊

 

Mas é claro que não basta saber que medicamentos ele usa, é preciso saber como eles agem no organismo. E essa compreensão exige muito estudo, capacitação e dedicação!😊👩🏼💻👩🏼💻👩🏼💻

Cuidar de pacientes sistemicamente comprometidos traz grandes responsabilidades, é preciso estar muito capacitado para isso!




Câncer de boca: diagnóstico precoce X diagnóstico tardio

😷 Na primeira foto, um paciente com câncer de boca (CEC) com diagnóstico tardio, que após quimiorradioterapia teve recidiva do câncer e precisou ser submetido a uma hemimandibulectomia, tendo sobrevida inferior a 12 meses após o diagnóstico, com muito sofrimento.
😷 Na foto 2, um paciente de câncer de boca cuja dentista fez uma biópsia imediatamente ao perceber uma lesão que não cicatrizou por mais de 15 dias, na região retromolar. Resultado: cura! Está muito bem, 5 anos após seu tratamento.
😷 No Brasil, mais de 80% dos casos de câncer de boca são diagnosticados em estágio avançado.
😷 Sabemos que a causa é multifatorial e vai desde a demora na procura do atendimento, pelo paciente (seja pela falta de sintomas iniciais, por medo do diagnóstico ou vergonha), passando pela demora em chegar ao diagnóstico (o paciente é avaliado por vários profissionais de saúde até que alguém o diagnostique) e termina com a demora em conseguir iniciar o tratamento antineoplásico (devido às filas para tratamento nos serviços de saúde, liberação por convênios, demora nas etapas de preparação para os tratamentos oncológicos).
😷 Isso precisa mudar! Como podemos ajudar? Nas três esferas citadas!
👉🏻 Podemos ajudar a fazer com que o paciente chegue mais rápido ao diagnóstico através da sua orientação, por medidas individuais e coletivas (campanhas educativas, busca ativa de lesões orais, conscientização para consultas odontológicas semestrais independente de sintomas).
👉🏻 Podemos ser o primeiro profissional que ele consulta com uma lesão oral, fazendo imediatamente uma biópsia e chegando ao diagnóstico precoce do câncer e o encaminhando rapidamente ao tratamento médico.
👉🏻 E podemos ajudar na terceira etiologia, quando recebemos o paciente com câncer e o preparamos com rapidez para iniciar a terapia oncológica.
👉🏻 Vamos mudar essa estatística quando examinarmos as mucosas orais do paciente ANTES DE TODO PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO, PROCURANDO POR ALTERAÇÕES. E diante de uma lesão oral, fizermos o diagnóstico ou tivermos na equipe alguém que o faça.
👉🏻 Só vamos mudar quando formos capazes de ver essa lesão inicial do @estomatopato, mostrada na foto 3, mesmo antes do paciente saber que a tem.
😷 Vamos mudar a estatística? Depende de todos nós!











Fotobiomodulação X Terapia fotodinâmica antimicrobiana

😷Duas terapias indispensáveis no manejo das complicações relacionadas ao tratamento oncológico, a fotobiomodulação (FBM) e a terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) têm muitas diferenças entre si.

 😷Na FBM ou laserterapia (foto 1), o laser será absorvido nas células DO PACIENTE, através de cromóforos específicos (ressonantes com o comprimento de onda do laser), onde vai provocar uma cascata de eventos celulares, levando à modulação do processo inflamatório, gerando os efeitos terapêuticos esperados. Assim, será a terapia de escolha toda vez que eu precisar de analgesia, reparação tecidual e ação anti-inflamatória.

 😷 Na aPDT (foto 2), o laser será absorvido nos MICRORGANISMOS (que se tornarão fotossensíveis pela introdução de um CORANTE que seja ressonante com o comprimento de onda do laser), levando à produção de ROS (espécies reativas de oxigênio) em níveis tóxicos, provocando a morte celular de fungos, vírus e bactérias. Assim, será indicada toda vez que tivermos uma infecção no local e desejarmos morte microbiana.

 De maneira beeem resumida, claro.

 😷 Importante: no paciente oncológico muitas vezes é necessário associar terapias locais e sistêmicas para o controle da infecção.

 😷 Para realização de terapias com laser, o CFO (Conselho Federal de Odontologia) exige curso de Habilitação em Laserterapia. 

 😷 Dentro dos parâmetros adequados e sendo bem indicadas, essas terapias são um maravilhoso recurso na Odontologia.

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Julho verde: prevenção do câncer de cabeça e pescoço.

Julho é o mês de conscientização quanto à prevenção do câncer de cabeça e pescoço (CCP).

 É importante saber que o Brasil está entre os países de maior MORTALIDADE por câncer de cabeça e pescoço no mundo.

 Isso se deve principalmente ao estadiamento tardio com que a maioria desses pacientes chega para o tratamento, o que piora seu prognóstico, diminuindo drasticamente a taxa de sobrevida.

 Como mudar essa estatística? Com prevenção e diagnóstico precoce das lesões. Em ambos temos papel muito importante, como dentistas.

Entre os fatores de risco para o CCP, temos:

• Fumo (cigarro, narguilé, cigarro eletrônico, cachimbo ou outro)

 • Consumo de bebida alcoólica

 • Sexo sem proteção (HPV)

 • Exposição solar intensa sem proteção

 É importante evitar os fatores de risco e consultar o dentista a cada 6 meses ou antes, se houver alguma lesão ou sintoma.

 Na foto 1, paciente com CPP já tendo passado por RTQT (radioterapia associada à quimioterapia) e cirurgia, apresentando recidiva local e regional.

 Na foto 2, recidiva bucal, com exposição do osso mandibular.

 Vamos participar ativamente, para que essa realidade mude? Comece na sua graduação de Odontologia, adquirindo o hábito de fazer uma boa anamnese e examinar adequadamente o paciente a cada sessão de atendimento, procurando por alterações e provendo o correto diagnóstico. Oriente seus pacientes sobre os fatores de risco e acompanhamento odontológico. Veja as fotos com os esquemas de dicas (fotos 3 e 4).

 Vamos fazer nossa parte!

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Julho bordô: combate à MUCOSITE ORAL.

 
🏥E julho também é o mês de combate à complicação odontológica aguda mais debilitante do tratamento oncológico: a MUCOSITE.

 😥Se você perguntar a um paciente que teve mucosite durante seu tratamento de câncer qual foi o pior momento, ele certamente irá relatar que foi “quando teve mucosite na boca e garganta”.

 😷A mucosite pode ser provocada por alguns protocolos de quimioterapia, terapias alvo, imunoterapia, radioterapia de cabeça e pescoço e condicionamento pré-transplante. Em cada uma dessas situações ela é prevenida e tratada de forma diferente, de acordo com cada paciente.

 ⚠️Ela começa com um leve eritema e ardência nas mucosas orais, evoluindo para úlceras que podem se tornar muito severas, impedindo a alimentação e hidratação do paciente por via oral.

⚠️É uma complicação que debilita física e emocionalmente o paciente (e toda a família), aumentando a chance de infecções secundárias e sepse, já que as lesões são porta de entrada para microrganismos, em pacientes que já estão com baixa imunidade e alterações salivares, podendo levar a óbito, em casos mais graves.

💊Diversas terapias são utilizadas em conjunto para prevenção e manejo da mucosite oral, sempre no intuito de controlar a inflamação, diminuir a dor e acelerar a cicatrização (laserterapia, benzidamina, crioterapia, corticoide tópicos, entre outras).

 🎯A fotobiomodulação (laserterapia) é sem dúvida uma terapia indispensável, com grandes efeitos quando bem utilizada.

 🦠Se houver infecção, a terapia fotodinâmica antimicrobiana é indicada, em associação a outras terapias locais e sistêmicas de controle da infecção.

 🎓É muito importante que seu manejo seja feito por um dentista capacitado, que esteja inserido na equipe oncológica, tenha acesso ao prontuário dos pacientes (e aos médicos), e tenha conhecimento sobre os protocolos utilizados no tratamento do câncer, para assim conseguir planejar os cuidados mais adequados, prevenido e controlando essa complicação, de forma INDIVIDUALIZADA.

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Mucocele superficial por radioterapia

   😷Você conhece a mucocele superficial relacionada à radioterapia?

 É considerada uma complicação aguda da radioterapia de cabeça e pescoço.

 😷Como o nome já diz, é uma mucocele bem superficial, geralmente assintomática, que ocorre durante a radioterapia, devido à maior viscosidade da saliva.

 😷São muito comuns, e muitas vezes passam despercebidas pelo paciente, pois se rompem espontaneamente, sem sangramento e sem provocar sintomas.

 😷Podem ser únicas ou múltiplas, ocorrendo em diversas regiões orais, onde houver glândulas salivares menores.

 É importante avisar ao paciente, para que ele não se assuste e saiba que são alterações passageiras e que na maioria das vezes não requerem tratamento.

 😷Essas fotos me foram enviadas pela minha querida amiga Paula Ragusa, da AOC, a quem eu agradeço pela gentileza!

 😷Observe na segunda foto, além da mucocele superficial do palato, vemos na ponta da seta verde um fio de saliva, o que também é bastante comum durante a radioterapia, quando a saliva começa a ficar mais espessa.




Laserterapia para mucosite: convênios e tabela SUS.


😢A mucosite é a complicação oral aguda mais debilitante do tratamento oncológico e sabemos que a laserterapia (ou fotobiomodulação) é extremamente importante na sua prevenção e manejo.

 ⚠️Desde a resolução normativa da ANS de outubro de 2015, o tratamento com laserterapia tem cobertura obrigatória pelos convênios em três situações (veja na foto 2):

 

1. Prevenção e tratamento de mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço;

 2. Prevenção e tratamento de mucosite oral em pacientes com câncer hematopoiético, em TMO;

 3. Tratamento de mucosite oral em pacientes com câncer hematopoiético.

 

📌Esse já foi um grande passo, porém era preciso que a laserterapia também fosse oferecida pelo SUS.

 😷Além disso, sabemos que há mucosite em muitas outras situações além dessas três cobertas pela ANS, provocada por diferentes protocolos de tratamento.

 ⚠️Então é preciso haver cobertura da laserterapia (pelo SUS e pelos convênios) em todos os protocolos de tratamento indutores de mucosite.

 😃Tivemos uma boa notícia nesse sentido: a portaria 526, de junho/2020, trouxe a cobertura pelo SUS do tratamento de lesões da mucosa bucal com medicamentos, laserterapia e outras técnicas complementares. Isso inclui a mucosite!

 😷O importante é que nessa portaria não há especificação do tipo de câncer ou tratamento antineoplásico, assim a laserterapia pode ser indicada sempre que o protocolo for indutor de mucosite.

 📌Nesse mês de julho, quando o @cbohi lembra o combate à mucosite oral, é uma boa notícia para nossos pacientes!

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Mucosite? Fotobiomodulação?


😥“Doutora, estou com a boca cheia de feridas, vim fazer laserterapia, não consigo nem engolir a saliva, estou com muita mucosite!”.

 ⚠️Quantas vezes escutamos essa frase do paciente oncológico e verificamos que não é mucosite? Muitas!

 🧩O primeiro passo para todo tratamento é o correto diagnóstico. E as primeiras informações para esse processo obtemos já na ANAMNESE.

 📌Nesse caso, já foi possível verificar que a paciente não fazia uso de um protocolo estomatotóxico, ou seja, não era esperado mucosite pra ela.

 📆Havia feito o último ciclo de QT há 12 dias e, portanto, deveria estar no período de nadir celular, o período de menor imunidade, o que já me leva a pensar em infecções.

 🤒Em relação aos sintomas, relatou ardência e queimação nas mucosas, dor no palato duro e odinofagia, com piora progressiva ao longo dos dias.

 😥“A sensação é de um aperto na garganta, parece que está fechada”.

 😷Ao exame físico, observamos candidíase pseudomembranosa severa em toda a cavidade oral e orofaringe.

 😷Nesse momento, muitas vezes é impossível identificar se há lesões, pois toda a mucosa fica coberta com colônias de Candida, embora já pude observar uma lesão inicial de herpes no palato duro (veja na foto 3, indicado pela seta).

 😷Devido à fase do seu ciclo quimioterápico, precisamos entrar com medicações sistêmicas, além da terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT).

 🎯No dia seguinte, quando a candidíase já estava controlada, pudemos avaliar melhor todas as mucosas e vimos que só havia mesmo aquela lesão no palato duro, com característica de herpes, que já estava muito melhor.

 🙂A paciente estava quase assintomática, comendo bem e se hidratando corretamente.

 ⚠️Não tinha mucosite. Não fez fotobiomodulação. 


Herpes intraoral?

😷 Em pacientes oncológicos é muito comum o surgimento das lesões de herpes dentro da boca, o que gera confusão no diagnóstico. 

⚠️ O paciente geralmente acha que são lesões de mucosite ou até aftas, e muitas vezes trata localmente com corticoides tópicos. 

😷 Como dicas para o diagnóstico diferencial, podemos considerar a localização, aspecto clínico e fase do tratamento oncológico (veja todas as fotos): 


• As lesões de herpes costumam ocorrer em mucosa queratinizada ou mastigatória: dorso lingual, palato duro e gengiva inserida; 


• São geralmente úlceras pequenas e um pouco mais profundas, com um halo eritematoso ao redor, únicas ou múltiplas (herpetiformes). Com os dias, as úlceras podem se coalescer, formando lesões maiores. Costumam ser muito doloridas, mesmo quando únicas; 


• Surgem geralmente no período de imunossupressão, durante o tratamento oncológico. 


😷 O tratamento do herpes simples é individualizado, depende de cada situação, e pode envolver terapia fotodinâmica antimicrobiana, antivirais tópicos e sistêmicos. 

😷 O diagnóstico diferencial de lesões orais nem sempre é fácil, mas os dados obtidos na anamnese e no exame físico serão as ferramentas para nos guiar no caminho certo. 



quinta-feira, 4 de junho de 2020

Folder sobre osteonecrose dos maxilares

Para acessar o arquivo em alta definição, clique na guia FOLDER (localizada acima).

A osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos (OMRM) é uma complicação oral que pode decorrer do uso de drogas utilizadas para tratar doenças ósseas, como osteopenia, osteoporose, doenças reumatológicas, doença de Paget e metástase óssea, entre outras.
Essas doenças provocam reabsorção óssea em excesso, levando a um enfraquecimento dos ossos, que podem sofrer fraturas. Os medicamentos têm um papel muito importante, pois ajudam no equilíbrio desse metabolismo ósseo, havendo nova formação óssea e seu fortalecimento.
Porém, dependendo da dose, do tempo de uso e da forma de administração, na presença de infecções dentárias ou diante de cirurgias como exodontias e implantes dentários esses medicamentos podem provocar uma complicação chamada osteonecrose dos maxilares, onde não há cicatrização óssea adequada, havendo infecção óssea, inflamação e dor. É uma complicação debilitante e de difícil manejo, por isso a melhor forma de lidar com ela é a PREVENÇÃO.
Assim, ANTES do uso desses medicamentos – BISFOSFONATOS, DENOSUMAB E ANTIANGIOGÊNICOS – todo paciente deve passar por uma avaliação odontológica criteriosa para preparar a cavidade oral, removendo todos os focos de infecção. Além disso, devem fazer acompanhamento odontológico periódico a cada 3 ou 6 meses, para monitoramento da saúde bucal, já que alguns medicamentos podem ficar incorporados ao osso por muitos anos. É muito importante que os pacientes em uso dessas medicações estejam com a saúde oral sempre bem cuidada, sem focos de infecção e traumas, por estes podem levar à osteonecrose dos maxilares. Por isso o acompanhamento odontológico especializado é tão importante.
Pensando na crescente indicação desses medicamentos por diversas áreas médicas, desenvolvemos um material educativo para que cirurgiões-dentistas e médicos possam imprimir e distribuir aos pacientes, orientando-os quanto a essa necessidade de cuidados odontológicos.  
Nesse folder reunimos informações sobre osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos, como conceito, medicamentos relacionados a essa complicação, métodos de prevenção e perguntas mais frequentes.
Precisamos, juntos, tornar possível o uso desses medicamentos seguro aos pacientes, através de medidas adequadas de cuidados odontológicos, prevenindo a osteonecrose dos maxilares.
Disponibilizamos o folder na íntegra, em formato para impressão.
Imprima, divulgue, distribua!
Um grande abraço,
Letícia Lang e Cecília Stabile

Para acessar o arquivo em alta definição, clique na aba FOLDER (localizada acima).

terça-feira, 26 de maio de 2020

Precisamos falar sobre câncer de boca!


O CEC é o mais comum, abrangendo 90% dos casos de câncer de boca.
No início, pode surgir como uma lesão ulcerada, parecida com uma afta, mas sem dor. Porém, não cicatriza e persiste por mais de 15 dias.
Conforme cresce, adquire esse aspecto de lesão ulcerada profunda, com bordos elevados e endurecidos, partes necróticas e outras sangrantes. Nesse ponto, já está atingindo camadas mais profundas do tecido, podendo provocar dor, deixando a região endurecida, de difícil  mobilidade. Dependendo da localização, pode provocar trismo e parestesia.
Nesse caso, é um paciente do sexo masculino, com mais de 50 anos de idade, fumante de longa data e consumidor de bebida alcoólica. Clássico? Sim! Mas nem sempre é assim... temos pacientes jovens, que nunca fumaram, com câncer de boca.
Vamos falar mais sobre isso?
Espero vocês quarta-feira, dia 27/05, às 17h, para discutirmos a importância do diagnóstico precoce do câncer de boca. Inscreva-se no @lacbefase.
Nesse caso clínico, o paciente me procurou com essa lesão, com histórico de 90 dias de evolução. Mas certamente ele apresentou sinais antes disso, que não foram identificados corretamente e por isso ele teve diagnóstico tardio.
A maioria dos casos de câncer de boca no Brasil tem estadiamento avançado. Vamos tentar mudar essa estatística?
Precisamos falar sobre isso! Espero vocês quarta!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Sarcoma oral



O tratamento do câncer de cabeça e pescoço pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia ou, com muita frequência, a associação dessas terapias. 
A escolha do tratamento depende do estadiamento, ou seja, do estágio da doença no momento do diagnóstico. Em tumores muito extensos, algumas vezes a radioterapia é indicada inicialmente para reduzir o tumor, para posteriormente realização de uma cirurgia mais conservadora, ou seja, menos mutilante para o paciente.
Esse caso é um exemplo dessa situação, onde o paciente apresentou um sarcoma de rápido crescimento e foi indicada inicialmente a radioterapia, para posterior realização de cirurgia. O resultado da radioterapia, porém, foi surpreendente, eliminando totalmente a lesão tumoral e tornando desnecessária a cirurgia. Lindo! O paciente continua muito bem, seguindo somente com acompanhamento médico e odontológico.💛

domingo, 15 de dezembro de 2019

Cuidados pós radioterapia


Esse caso é um exemplo de como os dentistas de diferentes especialidades (e cidades) podem se unir para obter o melhor tratamento para o paciente oncológico. Essa paciente foi muito bem cuidada na radioterapia pela Dra @paularagusa (morri de orgulho!). Como evoluiu pós-radioterapia com uma fístula no palato duro, em decorrência do câncer, a sua dentista Dra. Suzana Gameiro fez uma prótese obturadora de palato para que ela conseguisse se alimentar. A paciente foi encaminhada para que eu realizasse seu acompanhamento pós-radio, por morar em Londrina. Segui com os cuidados e orientações, mas ela ainda tinha queixa de que os alimentos penetravam na fístula durante a alimentação, mesmo com a prótese. Em contato com sua dentista, sugeri a confecção de uma nova prótese, dessa vez com resina soft na região da fístula, para vedar melhor a fístula. A colega conseguiu realizar o aparelhinho após estudarmos muito a melhor maneira de confeccioná-lo, e ficou excelente! Com isso a paciente está ingerindo inclusive líquidos sem problema! Ela relata que não há mais penetração de alimentos e líquidos na fístula, o que além de trazer maior conforto, também vai ajudar na cicatrização. Estou acompanhando a cicatrização da fístula com medições periódicas e vamos introduzir fotobiomodulação e outras medidas para ajudar na cicatrização, tão logo venham os resultados do PET e ressonância magnética, para termos certeza da ausência completa de doença na região. Sabemos que vai demorar para fechar, pois a radioterapia feita na região vai atrasar a cicatrização. Mas até que aconteça, ela estará confortável!
Unidos somos mais fortes! Paula e Suzana, sabemos o quanto estamos felizes por ela, né? ❤❤❤

Alterações sistêmicas: elas podem estar na sua frente!


 Quantas informações obtemos sobre as condições sistêmicas ao examinar um paciente?  Nesse exame, observamos a palidez de mucosas, podendo indicar anemia severa. Notamos petéquias e hematoma, podendo indicar trombocitopenia. Podemos ver lesões de herpes simples, que nos indicam que ele pode estar neutropênico, imunossuprimido. Além disso, observamos também que o palato mole está bem amarelado, assim como sua pele, o que pode nos indicar comprometimento hepático, icterícia.
Claro que notamos o herpes, observamos que há uma prótese traumatizando a mucosa, que há lesões de cárie que precisam ser tratadas. Mas há muitas outras informações que esse exame está nos trazendo, que indicam comprometimento sistêmico severo e que demandam urgência!
Às vezes o paciente oncológico está com sinais de desidratação, icterícia, ascite, hemorragia, anemia - sintomas que nós temos que identificar, para tomar providências.
Esse paciente saiu do meu consultório para o hospital. Os exames confirmaram todas as minhas suspeitas e ele foi tratado com medicação endovenosa, em ambiente hospitalar. Foi hidratado, recebeu medicação antiviral, transfusão sanguínea e todo o tratamento médico necessário. Estava pancitopênico, com comprometimento renal e hepático.
Por isso, olhe bem para o paciente - muitas vezes é o dentista quem vai primeiro notar essas alterações e quem precisa encaminhá-lo ao tratamento médico adequado o quanto antes! 

Mucosite? Não, melanoma!



Terapia fotodinâmica antimicrobiana na MRONJ

Dezembro Laranja: atenção ao câncer de pele!



quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Terminou a radioterapia?


Agora é preciso seguir com o acompanhamento odontológico, para prevenção e manejo das complicações tardias da radioterapia de cabeça e pescoço.
Nessa consulta pós radioterapia, o paciente geralmente ainda sente diversos sintomas, como ardência da mucosa com alimentos cítricos ou outros, a xerostomia ainda é bastante severa (e muitas vezes persistirá dessa maneira), ainda não houve a recuperação do paladar, havendo geralmente hipogeusia. Ele está aprendendo a lidar com a nova situação oral e salivar, tentando se adaptar à diminuição da saliva e se recuperando física e emocionalmente.
Temos que orientar quais alterações são transitórias e quais devem ser monitoradas constantemente, pois são sequelas.
É importante reeducar, conversar novamente sobre os cuidados de higiene oral para evitar as cáries de radiação, falar novamente sobre o risco de osteonecrose, seus sintomas e medidas de prevenção e reforçar a importância do acompanhamento odontológico periódico, trimestral. É preciso monitorar a disfagia e o trismo e fazer medições periódicas da abertura de boca - estar atento aos sinais e sintomas dessas alterações bucais, para agir o quanto antes. O acompanhamento pós radio é extremamente importante e o paciente precisa estar muito convencido disso, para que haja adesão ao tratamento. Quando bem orientado e cuidado, muitas dessas complicações podem ser evitadas! 😉



terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Nem toda lesão oral é mucosite!

Um equívoco muito comum, quando os cirurgiões-dentistas começam a tratar pacientes oncológicos, é achar que toda lesão oral durante o tratamento do câncer é mucosite. A mucosite pode ser provocada por algumas drogas quimioterápicas e terapias alvo, bem como pela radioterapia, dependendo do campo e dose de radiação. Mas nem todos os esquemas de quimioterapia provocam mucosite. E por que isso é tão importante? Porque se não for mucosite, pode ser uma infecção fúngica, bacteriana ou viral, cujo manejo é diferente. As infecções orais durante o tratamento oncológico devem ser rapidamente tratadas, devido à imunossupressão em que os pacientes se encontram, demandando tratamento medicamentoso de uso tópico ou sistêmico, dependendo da indicação.  
Então qual é o primeiro passo ao detectar uma lesão oral em um paciente oncológico? O primeiro passo é sempre o diagnóstico! Para chegar ao diagnóstico é preciso fazer uma anamnese detalhada e um exame físico bem criterioso. Assim, obtendo as informações referentes ao tratamento oncológico que o paciente está recebendo, saberemos determinar qual a doença de base desse paciente, quais drogas fazem parte de seu protocolo de quimioterapia, qual a dose de cada medicação, quando fez o último ciclo quimioterápico, quando surgiram as lesões, qual a dose total e campo de radioterapia (no caso de câncer de cabeça e pescoço), além de todas as medicações em uso e comorbidades do paciente. Com essas informações, juntamente com o aspecto clínico das lesões, criamos critérios de inclusão e exclusão para a mucosite oral e podemos estabelecer um diagnóstico, que determinará a escolha do tratamento. No exame físico, observamos aspectos como a localização e profundidade das lesões, que muito nos auxiliam no diagnóstico da mucosite oral.
Se o paciente chegar com queixa de lesão oral e na anamnese você já observar que seu protocolo oncológico não deveria provocar mucosite, ou que a data de surgimento das lesões é diferente da esperada, já fique atento! Você precisa conhecer os protocolos de quimioterapia, para saber quais são estomatotóxicos, quais provocam mais mucosite, quais podem provocar neutropenia severa e outras alterações bucais. Esteja sempre aberto a outros diagnósticos, porque nem tudo é mucosite!
Mais informações sobre mucosite oral e infecções orais no paciente oncológico no nosso Blog! Até o próximo post sobre odontologia oncológica.😉

Atualização em Estomatologia

É com muita alegria que recebi o convite para ministrar aula no curso de Atualização em Estomatologia, da equipe de Estomatologia e Patologia Oral da UEL, que reune grandes nomes da Estomatologia atual. O curso tem duração de uma semana, com aulas teóricas e práticas e o sucesso foi tão grande que as inscrições já estão encerradas!Uma honra participar junto com essa equipe TOP da UEL, motivo de grande orgulho para Londrina e região! Agradeço aos professores pelo convite!